sábado, 30 de janeiro de 2010

A crise da lingua

A crise na lingua

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...Por vezes procuro entender porque é que nas livrarias portuguesas proliferam de uma maneira desproporcional, livros de autores estrangeiros, enquanto os autores portugueses precisam sempre de se sentir priveligiados para aparecerem ao lado dos autores de bestsellers mundiais, nos escaparates das nossas livrarias. Particularmente falando de poesia e como leitor de alguns poetas estrangeiros, e alguns de reconhecido mérito e qualidade, penso que os poetas portugueses se sobressaem de uma maneira positivamente meritória e convincente na expressão de sentimentos, que mereceriam da parte de todos aqueles que procuram livros de qualidade nas nossa livrarias, maior atenção. Paralelamente ao que se passa na música e porque não, falar do cinema, as editoras continuam a procurar sempre uma maior divulgação de tudo o que vem de fora, dando-lhe um relevo que não precisam, pois que os seus países de origem tratam de lhes proporcionar as condições para que a sua divulgação junto dos média surja de uma maneira prática e eficiente. Aquilo que se continua a fazer no nosso país a nivel editorial, é fazer com que se venda cá dentro ainda mais, aquilo que já se vende lá fora, enquanto os autores portugueses, salvo raras excepções são postos à margem...não fossem essas excepções figuras públicas, proeminentemente figuras televisivas que têm à partida uma publicidade gratuita que é paga por todos aqueles que pagam impostos. A verdade é que nem todos são Saramagos, mas poderiam vir um dia a ser se as editoras contribuissem um pouco mais para isso. Qualidade e talento não faltam nos nossos autores , o que falta é competividade que as editoras nacionais poderiam proporcionar. Já nem quero falar no poder politico, se pensar que vivo num país estrangeiro e não encontro uma livraria onde possa encontrar um livro escrito em português, ainda mais quando existe no país onde resido uma forte comunidade portuguesa... um dia a diplomacia portuguesa vai funcionar quando der aos nossos filhos aqui residentes, um diploma por um lugar de destaque ao serviço do Canadà, por serem simplesmente, filhos de portugueses, sem saberem sequer falar uma palavra em português. É triste, mas já é isso o que acontece, infelizmente. Eduardo Mesquita.
NOTA: Parabéns amigo Mesquita pelo relevo do seu comentário. Permita-me que me junte a si para fazer minhas, as suas palavras. A língua portuguesa precisa de muito mais divulgação.
Mais comentários... para quê?.
Rama Lyon

domingo, 17 de janeiro de 2010

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A minha azeitona preta

Azeitona madurinha

Nos ramos fazendo enfeite

Vais deixar de ser pretinha

No lagar feita em azeite.

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Mas na rama a baloiçar

Não te tornes descuidada

Porque podes ir findar

No bico da passarada.

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Resistes ao Inverno frio

E ao rigor dos temporais,

Não queiras perder o pio,

Escorraça esses pardais.

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Dentro em breve o lavrador

Te prenderá em seus braços

E vais seguir com fervor

O caminho dos seus passos.

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No lagar vais ser moída

Com a arte portuguesa,

Transformada em bebida

Para o bem da nossa mesa.

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Vais sofrer outra faceta

Nesta tua caminhada

Deixarás de ser preta

Para vires a ser dourada.

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Num trabalho complexo

Feito em ti com deleite

Mudas de nome e de sexo

E passarás a ser azeite.

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Rama Lyon

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Parabéns Eduardo

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PARABÉNS EDUARDO
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Hoje é dia de comemorar Quantos anos já viveste É dia para lembrar O dia em que nasceste Alguns anos já viveste Por tantas emoções já passaste Vive em ti o que aprendeste Vive nos outros o que ensinaste Em dia que foste pequenino O amor de alguém te ajudou Enquanto foste menino A ser o homem que se formou Desse amor tu fizeste Lição para saber dar Foste sábio, não esqueceste Que dar é a melhor forma de amar A vida ainda vai ter Muita alegria por sentir Que nela vais viver Com vontade de sorrir Se eu pudesse ao escrever Usar de doce magia Faria para que pudesses ter Tudo o que desejas neste dia Mas nem poeta eu sou De escrever bem, que sei eu Com humildade eu te dou Os parabéns... este dia é teu! Com amor... Fernanda Rocha Mesquita Eu e, minha esposa, juntamo-nos à autora deste poema para dar-mos ao amigo EDUARDO, aquele grande abraço de PARABÉNS...felicidades e muitos anos de vida na companhia de todos os seus e muito em especial, de quem, tão poeticamente, sabe cantar os parabéns...em quadras à Rama Lyon.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Um manto feito de neve

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Um manto feito de neve

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Com talento e habilidade

Certo pintor de mão leve

Coloriu minha cidade

Com farrapinhos de neve.

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Eu não sei quem foi o santo

Agindo tão bem assim,

Que da neve fez um manto

E cobriu o meu jardim.

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As árvores estão vestidas

Com o branco imaculado

Como noivas conduzidas

Pelo braço do namorado.

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Voam no ar os passarinhos

Não sabendo o que fazer

Cheios de frio, coitadinhos,

Sem ver nada p’ra comer.

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Aguardam, espreitando,

Na neve que cobre o chão

Alguém que lhes vá deitando

Alguns bocados de pão.

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Este frio que vai crescendo

No meio da branca beleza

Põe a cidade tremendo

Com o rigor da Natureza.

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Mas em breve meu jardim

Irá seu manto despir,

E as plantas vão enfim

De novo poder florir.

Rama Lyon

sábado, 9 de janeiro de 2010

Esquilo feliz

Se me queres conhecer Gosto em clima ameno morar Mas tambem de terra fria posso ser Sempre contente a saltar Tu aprendes a mastigar Eu aprendi a roer Tenho presas para sementes agarrar Para bolotas comer Tenho outros pratos prediletos Gosto de outras coisas comer Gosto de frutos e insectos Que me dão força para crescer Tu dormes numa caminha Eu a toca das arvores escolhi Para mim é boa quentinha Outra não conheci Ás vezes sem querer Planto arvores uma delas a Jarivá Ao sementes esconder Germinam e para comer já não dá Com folhas e galhos construo ninhos Para da chuva e do vento Abrigar os meus três ou dez filhinhos Com ternura e alento Não sou muito alto Mas tenho o rabo comprido De um a cinco metros salto Sem nunca me ter ferido A brincar sou feliz A viver como sou Sou o esquilo que te diz Agarra a vida que te agarrou! Fernanda Rocha Mesquita Para a autora deste tão belo poema, o meu melhor prémio: um esquilo d'ouro

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Amar é tudo

Amar

Amar é sentir que música é a tua voz É beijar as estrelas quando adormeço no teu peito Amar é sentir o mundo cantar quando estamos sós É esconder meu sorriso envergonhado sem geito Amar é esquecer o dia que passou É libertar os sentimentos presos na tua ausência É sentir que a saudade de mim te marcou Que sou de todos os perfumes a tua essência O amor não cumpre tarefas convencionais Oferece gestos sentidos de amor e carinho Amar é um não cansar, é um sempre mais É a certeza de não sentir sózinho Fernanda Rocha Mesquita

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano dois mil e dez

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Meia-noite e o temporal

Varre a rua a nossos pés,

Vai chegando a Portugal

Este ano dois mil e dez.

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Não importa a agitação

Desta forte tempestade,

Porque o nosso coração

Bate louco d’ansiedade.

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O mau tempo não impede

Algarvio ou transmontano

Que na rua hoje se quede

Sem saudar o novo ano.

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E até mesmo na Madeira

Nos Açores e Porto Santo

Reina grande brincadeira

Nos braços de puro encanto.

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Seja longa a f’licidade

Que esta noite hoje nos dá,

Num mar de tranquilidade

Da Austrália ao Canadá.

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Seja um ano de alegria

De paz franca e cordial,

Espalhando essa energia

Na atmosfera mundial.

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E que Deus nos dê a sorte

Nesta vida de esperança

De acabar o vento forte

E ser um Ano de bonança.

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Rama Lyon

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