sexta-feira, 30 de abril de 2010

O meu sonho poético

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O meu sonho poético

Acordei hoje a sonhar

Entre os versos dum poema,

Sem me poder recordar

O que tinham como tema.

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Pouco a pouco procurei

Esse sonho, lentamente

E por sorte o encontrei

De novo na minha mente.

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Falava do verbo amar

Com grande convicção,

Como só se pode achar

No mais puro coração.

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Dizia que o Maio florido

No primeiro domingo tem

Um evento desmedido,

O adorável Dia da Mãe.

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Continuava em poesia

Com letras feitas de luz,

Saudando a Virgem Maria

Mãe do Menino Jesus.

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Era um poema especial

Em que se punha também

Um beijinho filial

No rosto de cada mãe.

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Homenagem merecida

Que o poeta quis fazer

Àquela santa querida

Que um dia nos deu o ser.

Rama Lyon

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Obrigado

Cruzeiro

Nómadas, como as selvas em que habitam, desumanas, estas vidas não escolhidas trilham caminhos minados que suscitam, riscos intermitentes em juventudes perdidas. Em terras de ninguém, arriscam as suas vidas obedecendo às ordens, dos que à guerra incitam, pensando no regresso, com as missões cumpridas, cumprindo o dever, dos que o dever, evitam. Assim, de alma em punho, armados de coragem, no silêncio da noite, viajam de canoa, delirando, enquanto chegam à outra margem. Pensam na familia, numa refeição boa, que foi em Almada, que começou a viagem e que na outra margem se encontra Lisboa. Se eu fosse companheiro de alguns combatentes das antigas colónias, seria esta a minha forma de incentivo. Sei que a canseira e a saudade levou muitos deles a delirar e este seria o delírio que eu lhes desejaria como companheiro. Dedicado ao meu amigo Rama Lyon. Eduardo Mesquita.
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AGRADEÇO...
do fundo do meu coração, ao amigo Mesquita,
esta sua tão amável dedicatória. É sempre um
imenso prazer, sentir o respeito de alguém que
não esqueceu o sacrifício daqueles que foram
-desterrados- na flor da mocidade para
defender o ''nosso ultramar''.
Defender para quê?...Quem souber, eu agradeço
a resposta, que faço a mim mesmo desde já à dezenas de anos.
RAMA LYON

domingo, 25 de abril de 2010

RECORDANDO...

A selva espera-nos

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Conforme havia sido previsto no dia anterior, ainda o sol não tinha rompido no horizonte e já nós se encontráva-mos numa lancha a motor, que ao cabo de algumas horas de viagem, nos deixaria em Cacine para aí prosseguirmos de carro até ao nosso destino.

Antes de mais nada, vou descrever aqui as instruções que havíamos recebido nessa madrugada.

A companhia dividida em quatro pelotões, iria cumprir a sua missão de soberania em Sangonhã e Cacoca. A sede desta companhia era em Sangonhã, sendo Cacoca um destacamento.

Como a lancha não tivesse capacidade para levar todos os homens ali presentes, embarcarmos só dois pelotões. Um com rumo a Sangonhã e outro a Cacoca. Eu fiquei no pelotão que ia com destino a Cacoca, no qual iam mais três condutores. Eram eles, Manuel Pires Soares, João Pereira Henriques e Carlos Manuel Leal.

Para melhor esclarecimento, convém frisar aqui, que estes dois aquartelamentos se encontravam a cerca de 11 quilómetros um do outro em plena selva.

E agora que acabei de apresentar as ultimas instruções que havia recebido, vou convidar o amável leitor a vir comigo passar umas ‘‘férias’’, de que ninguém sabe ainda quantos meses, na beleza da verdadeira selva africana.

Talvez que não goste muito do transporte utilizado e ainda ter que vir empoleirado em cima de caixotes e malas, mas é o único meio que se nos apresenta neste momento.

Bissau foi ficando gradualmente para trás, ao passo que a pequena embarcação deslizava nas águas calmas do golfo que vem beijar a Guiné. Num último adeus à cidade, nós demonstráva-mos claramente, o grande desejo de um dia lá voltar com a nossa missão cumprida.

Seria depois o nosso regresso à mãe Pátria, marcando o final da nossa carreira militar; o final da nossa árdua tarefa.

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Extracto do livro ''Uma página da minha vida''

da autoria de António Rama, hoje

com o pseudónimo de Rama Lyon

25 de Abril

25 de Abril- Eduardo Mesquita

Mensagens para Orkut - Dividers
...Na rua um soldado parte para o desconhecido, inerte em lanças de um fogo cruzado entre os mares. Viaja ao encontro de correntes desassossegadas, elos fechados em segredos por desvendar, misteriosos actos perdidos sem um porquê, noites escuras numa tempestade de esperança irreconhecível. Na rua se encontra na solidão repressiva de um vilão. Descobre o poder de um cravo vermelho numa revolução desejada. Carros de liberdade blindada,nas calçadas da rua, tropeçam em gentes que cantam o hino alentejano de uma vila morena ...som de uma voz carcerada. Soltam-se as vozes em uníssono e encontram a liberdade na ponta de uma espingarda nunca usada. A noite finda e o povo desmascarado grita sem medo numa manhã de Abril livre para um futuro imprevisto. O soldado regressa para o desconhecido... Eduardo Mesquita
P.S. Parabéns ao meu amigo Eduardo Mesquita pelo excelente trabalho aqui desenvolvido
Bem haja
RAMA LYON
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Abril em Portugal

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Abril em Portugal

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A Natureza formosa,

A cor dos campos mudou

E com o aroma da rosa

O mês d’Abril despontou.

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Recordamos com saudade

Ser este mês de valentia,

O criador da liberdade

Que tanta falta nos fazia.

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Foi no dia vinte e cinco

Que se mostrou à nação

Como o povo com afinco

Conduziu a revolução.

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Nessa data se adquiriu

O direito a ser feliz

E tanto cravo floriu

Pelas ruas deste país.

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Foi a festa primaveril

Que se viveu lado a lado

E livrou no mês d’ Abril

O Portugal amordaçado.

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Hoje todo o português

Manifesta o grande amor

Por este tão lindo mês

Que nos põe a alma em flor.

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Do Algarve até ao Minho

Tudo é belo e natural.

Viva sempre este cantinho,

Viva o Abril em Portugal.

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Rama Lyon

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domingo, 18 de abril de 2010

Uma nuvem indesejada

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Uma nuvem anda no ar

Impelida dum vulcão

E não pode levantar

Da Europa nenhum avião.

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Este Mundo paralisou

Com isto que aconteceu

E o povo assim ficou

Espantado como eu.

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Faz mal aos presidentes

Que há por essa Terra fora,

Sem avião descontentes

Por estradas andam à nora.

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Há tanta gente retida

Desde o sul até ao norte,

Nas horas tristes da vida

À espera de transporte.

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Tudo está paralisado

Desde o Leste até à França,

Só a nuvem pra todo o lado

Cada vez mais ela avança.

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Sem urgência de correr

Lá por cima a baloiçar

Deixa a gente sem saber

Quando é que irá findar.

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Diz o Mundo irritado,

Já chega de confusões,

Vai pairar pra outro lado

Deixa a Europa aos aviões.

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Rama Lyon

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domingo, 4 de abril de 2010

. A todos os meus amigos deste Jardim, desejo...