domingo, 23 de dezembro de 2012

Um pedido de Natal



              Um pedido de Natal     



  Um menino de pouca idade
  À deriva em Portugal,
  Ao ver tanta austeridade
  Escreveu ao Pai Natal.

                                    Não pedia nenhum brinquedo,
                             Mas apenas, ficar seguro,
                             De poder andar sem medo
                             P’los caminhos do futuro.

  Hoje pisa a incerteza,
  Sem ter rumo, caminhando,
  Na estrada da pobreza,
  Sabe Deus até quando.

                                    Nem mesmo esta criança
                             A passar horas delirantes,
                             Hoje sente a confiança
                             Nestes nossos governantes.

  Por isso o seu pedido,
  Que é um grito d’infeliz,
  Fica aqui bem dirigido
  Aos ‘senhores’ deste país.

                                     Que haja paz e sossego
                              Por toda a nossa nação,
                              E o seu pai tenha emprego
                              Para em casa haver pão.

  Fica claro o seu intento
  Nos versos deste poema,
  Que Jesus esteja atento,
  E resolva seu problema.

                                    Rama Lyon


quinta-feira, 1 de novembro de 2012




Temporal no meu país


Houve alguém a provocar
Um tremendo temporal,
Que começa a devastar
Este pobre Portugal.

É uma nuvem de tormentos
A pairar sobre a nação,
Onde já sopram os ventos
Duma enorme confusão.

Num constante rodopio
À volta deste tornado,
Faça sol, ou faça frio,
Pobre Zé está tramado.

Quase nada há a fazer
Em face do vendaval,
É gramar até poder
Para salvar Portugal.

Pouca sorte, mau castigo,
Que esta vida nos dá.
Somos povo sem abrigo
Caminhando ao Deus dará.

Por um trilho infeliz
O Abril foi-se afastando
E os cravos do meu país
Pouco a pouco vão murchando.

Tristemente, aguardamos,
O final da tempestade,
Para ver se encontramos
Outra vez tranquilidade.

Rama Lyon

quarta-feira, 19 de setembro de 2012




A escada da amizade

Construi a minha escada
Com degraus de amizade,
Para a paz ser alcançada
Com melhor facilidade.

Neste meu lindo viver
Procuro com insistência,
Dia e noite combater
Toda a forma de violência.

Só assim sinto o amor
Nestes sonhos que são meus.
Respeito seja quem for
Na feliz graça de Deus.

Detesto, quem nesta vida,
Só procura fazer o mal
Na silhueta escondida,
Dum instinto de animal.
.
Com certeza era melhor
Caminharmos mão na mão,
Plos caminhos do amor,
Em perfeita comunhão.

Fazer alta à decadência
Que o nosso mundo tem
E, findar com a violência,
Que não alimenta ninguém.

Para quê, luta aguerrida,
Procurando as arrelias,
Se afinal a nossa vida,
Neste mundo, são dois dias.

Rama Lyon

domingo, 26 de agosto de 2012

O domingo do Senhor






 O domingo do Senhor 


Vejo o sol a despontar.
É domingo, belo dia,
E eu deixo-me sonhar
Plos caminhos da poesia.

Deito os olhos ao horizonte
Onde agora brilha a serra,
Com a luz que vem defronte
Pra beijar a minha terra.

E o cantar das aves lindas
Em completa sinfonia
Vem trazer as boas-vindas
No limiar dum novo dia.

Bons momentos naturais
Pela encosta já dispersos,
Com centenas de ideais
Pra dar vida aos meus versos.

Dentro em breve irão tocar
Os sinos da nossa igreja, 
Como santos a implorar
Para que Deus nos proteja.

Assim vai passando o dia
No rosário do Senhor,
Entre horas de alegria
Muita paz e muito amor.

Um domingo a valer
Onde Deus me deu o tema,
Com que eu pude fazer
As linhas deste poema. 

                                 Rama Lyon

domingo, 24 de junho de 2012

Quadras de S Joao




QUADRAS DE SAO JOAO

2012



A fogueira dos beijinhos
Dà ao poeta inspiração,
Pra fazer versos quentinhos
Na noite de São João.

Vamos lá p ra reinação
Alegrar o nosso rosto,
Na noite de São Joao
Ninguém vai pagar imposto.

No teu rosto divinal,
Os teus olhos hoje são,
As fogueiras do Romal
Na noite de São João.
                          
                  Minha vida comparei
A noite de S. João,                                
Porque eu também brinquei
Nove meses num balão.

Sou um verso enjeitado
Sem ter sitio p ra poisar,                      
Nem sequer p lo S João
Numa quadra popular.
  
Com a crise que hoje há,
Meu S. João milagreiro,
Tenho medo que alguém vá
Manducar o teu cordeiro.

                   Rama Lyon


JUNHO 2012


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Regime de emagrecer




Regime de emagrecer 



Portugal anda a gramar
Com alguém que tem poder
E conseguiu inventar
Um regime d emagrecer.

Diz ser bom para a nação,
Descoberta tão feliz,
Mas lançou a confusão
Na calma deste pais.

Não sei onde ele estudou,
Mas estou bem consciente,
Que à muito já começou
A cerrar o cinto à gente.

E o Zé no embaraço
Deste triste labirinto,
Deixou d apertar o laço
E teve que apertar o cinto.

Passa o tempo a dar ais
Lamentando seu futuro.
Já não pode apertar mais,
Porque está no último furo.

Portugal não precisava,
Todos dizem com tristeza,
Desta tão inesperada
Invenção à portuguesa.

Tomem bem o meu conselho
E ouçam o que vou dizer,
Se comerem muito coelho
Podem mesmo emagrecer.

Rama Lyon


domingo, 8 de abril de 2012

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Oh Abril, meu lindo mês,

Dos terreiros já em flor,

Canto alegre português

Na alma dum trovador.

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Teus encantos formidáveis

Da montanha até ao mar,

Dão os versos impecáveis

Que o poeta ama cantar.

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Pelos campos tão floridos,

Como o canto de um pardal,

Andam meus sete sentidos

A dar a volta a Portugal.

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E a Páscoa vai chegar,

Com a bênção de Jesus,

Que morreu pra nos salvar

Carregando a sua cruz.

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Cá estamos nós de novo

No altar à sua espera,

Com a alma de um povo,

No raiar da Primavera.

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Este mês de paz e cor

É um manto de beleza,

Que nos canta com fervor

Este hino à natureza.

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Com Abril no coração,

Vou seguir os seus conselhos,

E lembrar a revolução,

A lançar cravos vermelhos.

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Rama Lyon

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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval, ponto...final

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Carnaval, ponto…final

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Ai Carnaval, Carnaval,

Nem te digo nem te conto,

Nosso “rei” de Portugal

Não te deixa fazer ponto.

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Mas isso não te embaraça

De brincar bem animado,

Já que alguém sem ter graça

Anda sempre mascarado.

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Não te deixes intimidar

Com a grande baralhada,

Vem pra rua, vem gozar,

Em Buarcos e Mealhada.

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Por Torres Vedras também,

Em Loulé e mesmo Ovar,

Mostra lá que o povo tem

Maneiras de deslumbrar.

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Tens o jeito de ser forte

P’ra alegrar a nossa gente,

Desde o sul até ao norte

Quero ver malta contente.

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Traz a força, aos foliões,

Com ponto ou sem pontos,

Alegra-lhe os corações

Até eles ficarem tontos.

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Haja ao menos alegria

E que ninguém leve a mal,

Nesta onda de folia,

Destes dias de Carnaval.

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Rama Lyon

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

No altar daquela igreja

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No altar daquela igreja

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A igreja dava sinais,

Duma festa requintada

E a beleza dos vitrais

Parecia a luz sagrada.

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Um casal de namorados

Lado a lado no altar,

Ternamente apaixonados

Dentro em breve iam casar.

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Dois corações palpitando

Em perfeita sintonia,

Desde à muito, esperando,

A chegada deste dia.

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E num mundo d,esperanças

Com amor no coração,

Trocaram-se as alianças

Pra selar esta união.

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Com seus olhos de carinho,

Pensando em S. Valentim,

Na ternura dum beijinho

Para a vida, disseram sim.

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Os sinos repenicaram

A saudar, nesse momento,

Duas vidas que se juntaram.

Por laços do casamento.

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E todos os convidados

Aplaudiram em alta voz,

Esses dois recém casados,

Que afinal, éramos nós.

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Rama Lyon

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domingo, 29 de janeiro de 2012

SERRA NEVADA

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SERRA NEVADA

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Regressei à minha terra

Pelo braço da saudade

E com a neve da serra

Relembrei a mocidade.

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Fiquei preso ao panorama,

Como quem sonha acordado

Ao ver, branquinha a rama,

Das árvores do povoado.

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Meu olhar foi vagueando

Pela encosta prateada

Onde o sol ia beijando

A linda serra nevada.

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Por momentos recordei

O passado que descreve,

Os sítios onde brinquei

A fazer bolas de neve.

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Passei p la fonte velhinha

Onde outrora os namorados,

Em vez de água fresquinha

Tinham beijos acalorados.

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E na minha velha casa

Onde acabo de chegar,

Na lareira arde a brasa

Para o frio afugentar.

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Como é bom sentir agora

A ventura da chegada

E, ver do lado de fora,

A minha serra nevada.

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Rama Lyon

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mais um passo no calendario

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Mais um passo no calendário

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Cada vez com mais cansaço

Nesta luta destemida,

Completámos mais um passo

No calendário da vida.

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Com foguetes a estoirar

Entre cânticos do povo,

Acabámos de chegar

A mais outro Ano Novo.

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Que grande felicidade

Neste barco que balança,

Tudo anda em tempestade

Mas em nós há esperança.

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Ninguém sabe o amanhã,

Mas isso, pouco importa,

Com alegria pura e sã

Já lhe abrirmos a porta.

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E depois de ter entrado

Dê a coisa por onde der

É pôr o medo de lado

E seja o que Deus quiser.

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Apesar da crise, rude,

Que nos está a envolver,

Haja sempre muita saúde

E a vontade de vencer.

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Seja um ano de fervor,

Dois mil e doze, gaiteiro,

Que nos traga muito amor

Já que ele não tem dinheiro.

Rama Lyon

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