domingo, 29 de janeiro de 2012

SERRA NEVADA

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SERRA NEVADA

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Regressei à minha terra

Pelo braço da saudade

E com a neve da serra

Relembrei a mocidade.

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Fiquei preso ao panorama,

Como quem sonha acordado

Ao ver, branquinha a rama,

Das árvores do povoado.

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Meu olhar foi vagueando

Pela encosta prateada

Onde o sol ia beijando

A linda serra nevada.

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Por momentos recordei

O passado que descreve,

Os sítios onde brinquei

A fazer bolas de neve.

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Passei p la fonte velhinha

Onde outrora os namorados,

Em vez de água fresquinha

Tinham beijos acalorados.

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E na minha velha casa

Onde acabo de chegar,

Na lareira arde a brasa

Para o frio afugentar.

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Como é bom sentir agora

A ventura da chegada

E, ver do lado de fora,

A minha serra nevada.

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Rama Lyon

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mais um passo no calendario

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Mais um passo no calendário

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Cada vez com mais cansaço

Nesta luta destemida,

Completámos mais um passo

No calendário da vida.

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Com foguetes a estoirar

Entre cânticos do povo,

Acabámos de chegar

A mais outro Ano Novo.

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Que grande felicidade

Neste barco que balança,

Tudo anda em tempestade

Mas em nós há esperança.

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Ninguém sabe o amanhã,

Mas isso, pouco importa,

Com alegria pura e sã

Já lhe abrirmos a porta.

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E depois de ter entrado

Dê a coisa por onde der

É pôr o medo de lado

E seja o que Deus quiser.

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Apesar da crise, rude,

Que nos está a envolver,

Haja sempre muita saúde

E a vontade de vencer.

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Seja um ano de fervor,

Dois mil e doze, gaiteiro,

Que nos traga muito amor

Já que ele não tem dinheiro.

Rama Lyon

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