quinta-feira, 24 de abril de 2014



Madrugada da Liberdade


A noite estava tão linda
Vestida de luz prateada
E Lisboa dormia ainda
Nos braços da madrugada.

Capitães em movimento
Vão entrando na cidade,
À procura do momento
D’ instaurar a liberdade.

Era a luta destemida
Marcada na sua farda
E a paz bem definida
Nos canos da espingarda.

Na noite primaveril,
Traçam letras de glória.
É vinte e cinco d’Abril
A ficar na nossa história.

E aos poucos foi surgindo
A manhã que apregoa,
Cravos vermelhos florindo
P’los recantos de Lisboa.

E num gesto d’homenagem
Veio juntar-se a multidão,
Dando vivas à coragem
Dos heróis desta nação.

Portugal assim voltou
A cumprir os seus planos
E a ditadura se afundou,
Já lá vão quarenta anos.
    Rama Lyon