As férias de dois pombinhos
A areia ficou dourada
Com os raios do sol-posto
Numa praia abandonada
Em finais do mês d’Agosto.
Dois pombinhos à beira-mar
Iam arrulhando coisas sérias,
O que é doce vai acabar,
Amanhã findam as férias.
E assim tão enamorados
Tendo o mar por companhia,
Despediram-se enlaçados
Do descanso e da alegria.
Regressaram ao seu pombal
Onde à anos fizeram ninho
Num modesto roseiral
Feito de amor e carinho.
E depois no dia seguinte
Pela manhã bem cedinho
Como faz o bom pedinte
Puseram asas ao caminho.
E lá foram pró trabalho
De cabeça bem erguida
Por esse difícil atalho
Que faz parte da sua vida.
Estes versos pobrezinhos
Vem mostrar em rica voz,
Que o caso destes pombinhos
É a história de todos nós.
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Rama Lyon
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