quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dia do trabalhador





Dia do trabalhador


Haja sol ou temporal
De casa hoje não saio,
É feriado em Portugal
No dia primeiro de Maio.

Os problemas vão pró canto,
Nem sequer me vou ralar,
Vou dormir como um santo, 
Hoje é para descansar.

No país, por todo o lado,
O melhor que hoje se tem,
Como tudo está fechado
Não se paga a ninguém.

Alegra-me o inventor
Que teve a ideia brilhante,
De brindar o trabalhador
Com um dia repousante.

            Se eu não fosse exagerado               
                E até ver que fica mal,                   
Pedia para ser feriado 
                 Muitos dias em Portugal.                    

Mas prefiro ir desfilando
Entre sonhos e ilusões,
Com o povo resmungando
Contra governo e patrões.

E lá por hoje ser feriado,
Ninguém deixe de pensar,
Naqueles que são obrigados
De neste dia trabalhar.

Rama Lyon

quinta-feira, 24 de abril de 2014



Madrugada da Liberdade


A noite estava tão linda
Vestida de luz prateada
E Lisboa dormia ainda
Nos braços da madrugada.

Capitães em movimento
Vão entrando na cidade,
À procura do momento
D’ instaurar a liberdade.

Era a luta destemida
Marcada na sua farda
E a paz bem definida
Nos canos da espingarda.

Na noite primaveril,
Traçam letras de glória.
É vinte e cinco d’Abril
A ficar na nossa história.

E aos poucos foi surgindo
A manhã que apregoa,
Cravos vermelhos florindo
P’los recantos de Lisboa.

E num gesto d’homenagem
Veio juntar-se a multidão,
Dando vivas à coragem
Dos heróis desta nação.

Portugal assim voltou
A cumprir os seus planos
E a ditadura se afundou,
Já lá vão quarenta anos.
    Rama Lyon


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Natal e o Ano Novo




O NATAL E O ANO NOVO

Numa bênção Celestial
Com a alegria do povo,
Já passou mais um Natal,
Vai chegar o Ano Novo.

    Neste momento de festa
    Rezemos ao Deus-menino
    Porque aquilo que nos resta
    É aguentar nosso destino.

A Nação nunca foi rica
Mas há sempre uma luz
E até mesmo o Benfica
Também grita…ai Jesus.

    É a roda de uma vida
    Que toda a gente tem
    E duma forma sentida
    Nos transporta mais além.

Vamos lá, com esperança
Aguardar como irá ser
E ter muita confiança
Neste ano que vai nascer.

    Somos povo português
    Com vontade de lutar
    Nesta nau, mais uma vez,
    Não podemos naufragar.

Se as videiras derem vinho
E os campos muito pão,
Teremos pelo caminho
Um bom ano no coração.


Rama Lyon


Árvore sem folhas




É  Inverno, triste vida
Para a árvore como eu,
Que agora está despida
Das folhas que Deus lhe deu.

            Eu já fui muito frondosa
            No meu traje colorido,
            Mas fiquei tão horrorosa,
            Ao perder o meu vestido.

As folhas foram tombando,
Uma a uma para a rua
E assim eu fui ficando
Condenada a viver nua.

            Já perdi toda a beleza,
            Minha roupa hoje é lixo
            E eu pergunto à natureza
            Porque tem um tal capricho.

Faz-me tanta confusão
Este meu viver d’inferno,
Estou vestida no Verão
E despida no Inverno.

            Ao sabor da ventania
            Cá me vou aguentando,
            Para sentir qualquer dia
            Novas filhas arribando.

Paciente, vou esperar
Plo bom tempo outra vez,
Pra depois poder tapar
De novo minha nudez.  
Rama  Lyon



terça-feira, 12 de novembro de 2013