sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

As festas de fim do ano

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Na mais pura tradição

Duma crença celestial

Com alegria no coração

Festejámos o Natal.

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Oxalá que tenham visto

A estrelinha a cintilar

Anunciando Jesus Cristo

Que nasceu p’ra nos salvar.

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E com paz, muito fervor,

Cada alma verdadeira

Tenha sempre com amor,

Um Natal a vida inteira.

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Como prenda merecida

Ele traga ao nosso povo,

Na ventura mais florida

Um risonho Ano Novo.

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Está prestes a findar

Este velho calendário

E um novo vai chegar

Como simples emissário.

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Vamos lá, todos abrir

As portas com alegria,

P’ra que ele possa vir

Para a nossa companhia.

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E nos dê tranquilidade

No passar de cada instante,

P’ra que a nossa f’licidade

Tenha um Ano deslumbrante.

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Rama Lyon

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

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Feliz Natal

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Para todos os meus amigos espalhados
pelo mundo
um grande abraço natalício
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Vai nascer o Deus menino

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Vai nascer o Deus Menino

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Vinte e quatro de Dezembro,

Como é bom ser pequenino

Olho as horas e relembro,

Vai nascer o Deus Menino.

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Como é linda a minha aldeia,

Branca de neve a brilhar,

Onde o povo tanto anseia

Que a meia-noite vá chegar.

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A fogueira já crepita

Entre risos e alegrias

Esperando, tão bonita

A chegada do Messias…

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E a família está reunida

Numa imagem celestial

A cantar um hino à vida,

Nesta noite de Natal.

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Esta festa é com certeza

A melhor da pequenada,

Que Deus sentou à mesa

Na ternura da consoada.

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Tocam os sinos na igreja

A primor que é um regalo,

Todos pensam, talvez seja

Para a missa do galo.

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Com a vinda de Jesus

Haja paz, haja alegria

Cubra-se o Mundo de luz

Com mil raios de poesia.

Rama Lyon

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sábado, 16 de outubro de 2010

Dezasseis de Outubro

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Nesta data que hoje vou

Recordar uma vez mais,

Uma cegonha pousou

No telhado dos meus pais.

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Deslizou devagarinho

Como quem vinha por bem

E foi pôr-me com carinho

Nos braços da minha mãe.

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Foi um correio especial

Que acabava de chegar,

Uma prenda filial

P´ra dar vida àquele lar.

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Como é que isto pode ser,

Ninguém pára o progresso,

A encomenda veio cá ter

Sem ter selo nem endereço.

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Foram instantes d’alegria

Vividos naquela hora,

Que lembramos dia a dia

Pela nossa vida fora.

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Tantos anos já passaram

Desde a minha meninice,

Que ao longo me deixaram

Caminhando prá velhice.

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Mas não quero hoje chorar

Sobre as folhas do calendário

E feliz…vou festejar

Mais um dia d’aniversário.

Rama Lyon

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lágrimas de emigrante

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Lágrimas de emigrante

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Nos braços duma quimera

Converti-me em emigrante,

Ganhei a saudade austera

Que me abraça a cada instante.

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Ao partir ao Deus dará,

A minha aldeia deixei

E ninguém hoje saberá

Quando eu lá voltarei.

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Tendo o Céu como parceiro

Nesta minha grande empresa,

Sou um pobre mensageiro

Da cultura portuguesa.

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Assim ando vagueando

Pelos trilhos que Deus quis,

Nesta vida caminhando

A clamar o meu país.

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Sem juiz fui condenado

Como um dia o foi Jesus,

Sigo sempre carregado

Com o peso da minha cruz.

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Como um ser que hoje tem

Um fado em cada esquina,

Não torno culpas a ninguém,

Esta é bem a minha sina.

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Essa mesma que um dia

Me trocará a vida errante

Por uma grande alegria,

De não mais ser emigrante.

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Rama Lyon

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Tenho ciumes do luar

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Tenho ciúmes do luar

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Escrevi versos à lua

E da noite fiz canção.

Vou cantá-la na tua rua

Virado ao teu coração.

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Preparei uma guitarra

E afinei a minha voz,

Pra cantar com toda a garra

Este amor que há entre nós.

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Peço à lua resplandecente

Com seus raios cor de prata,

P’ra ser nossa confidente

Nesta linda serenata.

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Penso bem ver-te à janela

Com o brilho da lua cheia,

Nessa tua graça singela

Que a sorrir me incendeia.

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Como simples pobrezinho

Que com pouco se consola,

Quero apenas um beijinho,

Que me dês, como esmola.

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Quem me dera poder ver-te

No teu leito repousada

E a cantar poder dizer-te

Que tu és a minha amada.

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Mas confesso estar farto

E ter ciúmes desse luar

Que dormita no teu quarto

Onde eu não posso entrar.

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Rama Lyon

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As férias de dois pombinhos

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As férias de dois pombinhos

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A areia ficou dourada

Com os raios do sol-posto

Numa praia abandonada

Em finais do mês d’Agosto.

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Dois pombinhos à beira-mar

Iam arrulhando coisas sérias,

O que é doce vai acabar,

Amanhã findam as férias.

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E assim tão enamorados

Tendo o mar por companhia,

Despediram-se enlaçados

Do descanso e da alegria.

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Regressaram ao seu pombal

Onde à anos fizeram ninho

Num modesto roseiral

Feito de amor e carinho.

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E depois no dia seguinte

Pela manhã bem cedinho

Como faz o bom pedinte

Puseram asas ao caminho.

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E lá foram pró trabalho

De cabeça bem erguida

Por esse difícil atalho

Que faz parte da sua vida.

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Estes versos pobrezinhos

Vem mostrar em rica voz,

Que o caso destes pombinhos

É a história de todos nós.

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Rama Lyon

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domingo, 15 de agosto de 2010

Homenagem ao bombeiro

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Homenagem ao bombeiro

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Vejo chamas, sinto o calor

Que abrasa o país inteiro.

Vejo o esforço, sinto o ardor

Com que luta o bombeiro.

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Com a agulheta na mão

Pelas vertentes da serra

Combatendo esse dragão

Que pôs fogo à nossa terra.

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Não tem horas de trabalho

Nem cama para dormir.

Faz da vida um atalho

Para o seu dever cumprir.

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Como é triste o que ele vê

Num Portugal chamuscado

Onde a fauna está à mercê

Deste fogo tresloucado.

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Ouve os gritos d’aflição

Do povo em cada aldeia

Onde aquela destruição

Junto às casas serpenteia.

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Apesar de andar cansado

Com o suor a correr do rosto

Vai lutando como um soldado

Que nunca abandona o posto.

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Ele merece nosso respeito

Pela sua grande coragem

E por isso tem o direito

A esta simples homenagem.

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Rama Lyon

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

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Poema tirado das cinzas

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Ó que grande desventura

Em que o país mergulhou,

Perdeu um manto de verdura

E um de cinzas encontrou.

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Neste horror foi envolvido,

Com amarga devastação.

Faz pena vê-lo vestido

Com terra cor de carvão.

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A floresta calcinada

Foi resistindo, só até,

À hora que asfixiada,

Também ela morreu de pé.

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Há tantas mãos enganosas

Que do lume fazem um jogo

Assassinas, criminosas,

Como o dragão a deitar fogo.

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Eu penso que o criminoso

Havia de vestir também,

P´ra ver se lhe dava gozo,

A farda que o país tem.

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Que Deus dê à nossa terra,

Novamente formosura,

Desde o campo até à serra

Seja um jardim de verdura.

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Todos nós gostamos ver

Fogueiras do São João,

Mas nunca na vida ter

Portugal feito em carvão.

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Rama Lyon

8 de Agosto de 2005

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……Este poema foi escrito em Agosto de 2005, por ocasião dos grandes fogos que puseram em brasa o nosso verde país. Infelizmente, neste momento e, derivado às circunstâncias que aos nossos olhos se apresentam, ele é de novo em foco de actualidade… É por essa razão que o trago de novo a ‘‘lume’’ deste bom povo português…

RAMA LYON

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sábado, 31 de julho de 2010

Este nosso mês d'Agosto

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Este nosso mês d’Agosto

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Não há qualquer engano

Nas dúvidas do suposto,

O oitavo mês do ano

È mesmo o mês d’Agosto.

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Lindo mês dos bailaricos

E das romarias d’aldeia,

Onde há tantos namoricos

Sob o olhar da lua cheia.

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É o viver de um povo

A cantar p´la noite fora,

Que nos traz hoje de novo

As alegrias de outrora.

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É a vinda de quem erra

Por esse mundo, distante

E agora volta à terra

Como puro emigrante.

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Muito embora a lenda diga

Que é um mês de desgosto,

Eu penso que é cantiga

Dizer isso do mês d’Agosto.

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Vejam bem todo o fulgor

Neste mês de mil eventos,

Onde pairam laços d’amor

Em namoros e casamentos.

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Por isso vamos dar a mão

Com alegria e com gosto,

Regalando o coração

Neste lindo mês d’Agosto.

Rama Lyon

domingo, 20 de junho de 2010

O VERÃO

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O Verão

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Foi-se embora a Primavera

Antes de vir o São João

E hoje o povo já venera

A chegada do Verão.

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Há festas por todo o lado

Desde o sul até ao norte,

P’ras visitar, bem animado,

Não é preciso passaporte.

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Basta um pouco de coragem

Para andar na brincadeira

E começar a vadiagem

À volta de uma fogueira.

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O calor começa a apertar

No meio de tanta algazarra

E toda a gente vai cantar

Ao desafio com a cigarra.

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P’ra refrescar temos a praia

Onde a moça joga o seu rol,

De biquíni em vez de saia

Todo o dia a torrar-se ao sol.

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E à noite ela continua

Sem preconceitos da vida

Saltitando de rua em rua,

A passear quase despida.

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Amealha-se um dinheirão

Com aquilo que se poupa.

Abençoado seja o Verão

Que nem é preciso roupa.

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Rama Lyon