sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Árvore sem folhas




É  Inverno, triste vida
Para a árvore como eu,
Que agora está despida
Das folhas que Deus lhe deu.

            Eu já fui muito frondosa
            No meu traje colorido,
            Mas fiquei tão horrorosa,
            Ao perder o meu vestido.

As folhas foram tombando,
Uma a uma para a rua
E assim eu fui ficando
Condenada a viver nua.

            Já perdi toda a beleza,
            Minha roupa hoje é lixo
            E eu pergunto à natureza
            Porque tem um tal capricho.

Faz-me tanta confusão
Este meu viver d’inferno,
Estou vestida no Verão
E despida no Inverno.

            Ao sabor da ventania
            Cá me vou aguentando,
            Para sentir qualquer dia
            Novas filhas arribando.

Paciente, vou esperar
Plo bom tempo outra vez,
Pra depois poder tapar
De novo minha nudez.  
Rama  Lyon



1 comentário:

Eduardo Mesquita disse...

gostei muito do seu EU ARVORE. A natureza nunca se envergonha da transformacao que os ciclos de vida lhes fazem ter... ao contrario dos humanos.
Eduardo