A vida de Pastor
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Ainda o sol não despontou
A dar vida à paisagem,
Já o pastor encaminhou
O rebanho prá pastagem.
Segue o ditado de outrora
Como seu pai já dizia,
Ser ao romper da aurora
Que começa um novo dia.
Leva às costas o cajado
Em madeira de castanho
Com que vai guiando o gado
Na traseira do rebanho.
E seu cão, sempre atento,
A qualquer rês tresmalhada,
Vai na frente, rabugento,
Com a cauda levantada.
Quando chegam ao destino
Tudo fica em calmaria,
O rebanho põe-se fino
A pastar durante o dia.
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À noite volta de novo
Com a graça do Senhor,
Como bom filho do povo
Que optou em ser pastor.
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No curral descansa o gado
Com o cão por companhia
E até mesmo o cajado
Fica à espera dum outro dia.
Rama Lyon
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2 comentários:
Quanto tempo! Nunca perdem o dom de me fazerem sorrir os seus poemas. Quanta falta faz este poema no Cantinho da Poesia, para alegrar aquele espaco! E Lacos de Poesia fica com outra cor... cores vivas de pequenas realidades, mas que siginficam vida... vida que nao passa despercebida ao autor, dono de uma invulgar sensibilidade e de um dom incrivel para as descrever. Parabens. Com muita amizade...
Concerteza que o meu amigo continua muito ligado as raízes da nossa terra. Retrata em palavras os viveres e tradições do nosso povo. A vida de pastor está transcrita neste poema de uma forma real. Ler este poema é estar um pouco numa qualquer planície ou monte do nosso país e observar aquilo que de melhor tem, sem todo aquele asfalto que prolifera por todo o lado.
Muitos parabens , a sua sensibilidade sai rejuvenescida cada vez que escreve um poema; a sua e de quem o lê.
Eduardo.
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