Lágrimas de emigrante
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Nos braços duma quimera
Converti-me em emigrante,
Ganhei a saudade austera
Que me abraça a cada instante.
Ao partir ao Deus dará,
A minha aldeia deixei
E ninguém hoje saberá
Quando eu lá voltarei.
Tendo o Céu como parceiro
Nesta minha grande empresa,
Sou um pobre mensageiro
Da cultura portuguesa.
Assim ando vagueando
Pelos trilhos que Deus quis,
Nesta vida caminhando
A clamar o meu país.
Sem juiz fui condenado
Como um dia o foi Jesus,
Sigo sempre carregado
Com o peso da minha cruz.
Como um ser que hoje tem
Um fado em cada esquina,
Não torno culpas a ninguém,
Esta é bem a minha sina.
Essa mesma que um dia
Me trocará a vida errante
Por uma grande alegria,
De não mais ser emigrante.
Rama Lyon
2 comentários:
Lindo o seu poema. transmite os sentimentos de alguem que muitas vezes alem de ser emigrante se sente realmente emigrante distante do seu pais de origem mas habitante de um mundo onde a sensacao de emigrante nao deveria existir, porque o planeta e' o mesmo... um planeta onde ninguem onde quer que estivesse se deveria se sentir um emigrante.
gostaria de ver o seu poema no cantinho mas se for eu a coloca-la, embora eu o identifique fica sempre no meu nome. eu nao me importo, o que gostaria mesmo era de ver la' os seus poemas... beijinhos a cidalia. boa semana. o eduardo partiu ontem
As lágrimas da saudade e do inconformismo.
Permita-me contraria-lo um pouco ao dizer-lhe que se deve sentir orgulhoso do peso dessa cruz.
Carregar essa cruz é viver, é dar o exemplo, é o cumprir de uma missão a que se propôs.
Deve falar dela com um sentido mais optimista e tenho a certeza que assim será, quando um dia no calor da terra que o viu nascer concluir que afinal, tudo valeu a pena.
Parabens por todo esse sentimento transmitido, não teve um juíz a condena-lo, mas tem aqui um amigo que muito aprecia tudo aquilo que escreve, com a força de toda a sua simplicidade.
Um abraço
Eduardo
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