Sou um triste passarinho
Nesta vida atormentado
A viver sempre sozinho
No beiral do teu telhado.
Nas horas que vão passando,
No meio das noites serenas,
Dia a dia vou arrastando
O peso das minhas penas.
Mas tu andas descuidada
Sem me dares um só olhar,
A janela está fechada
E eu assim não posso entrar.
Se eu podesse transpor
A blindagem da tua casa
Fazia-te um ninho d'amor
No calor da minha asa.
Basta abrires a janela
E aquilo que logo faço
É passar através dela
P'ra poisar no teu regaço.
Levarei para a tua mesa
Migalhinhas do meu pão
E tu ficas com certeza
Dona do meu coração.
Depois quando fores rainha
De todos os meu carinhos,
Serás a doce mãezinha
Dum bando de passarinhos.
RAMA LYON
2 comentários:
Lindo!... A natureza tem um impacto enorme sobre mim. Pela menos nela encontramos a beleza da vida e tão bem descrita no seu poema
Que lindinho, que doce... Eu quero!
Enviar um comentário