.
A minha azeitona preta
Azeitona madurinha
Nos ramos fazendo enfeite
Vais deixar de ser pretinha
No lagar feita em azeite.
.
Mas na rama a baloiçar
Não te tornes descuidada
Porque podes ir findar
No bico da passarada.
.
Resistes ao Inverno frio
E ao rigor dos temporais,
Não queiras perder o pio,
Escorraça esses pardais.
.
Dentro em breve o lavrador
Te prenderá em seus braços
E vais seguir com fervor
O caminho dos seus passos.
.
No lagar vais ser moída
Com a arte portuguesa,
Transformada em bebida
Para o bem da nossa mesa.
.
Vais sofrer outra faceta
Nesta tua caminhada
Deixarás de ser preta
Para vires a ser dourada.
.
Num trabalho complexo
Feito em ti com deleite
Mudas de nome e de sexo
E passarás a ser azeite.
.
Rama Lyon
3 comentários:
Lindo! Gostei muito. A azeitona em Portugal que vai rareando. Ja foi tempo em que eram muitas as oliveiras. Arvores lindas e boas reprodutoras. Gosto muito de azeitonas e o azeite e' a gordura que prefiro usar. Bom domingo. Obrigado por nos presentear com este poema educativo.Quantas criancas ja' nao saberao sequer o que e' uma oliveira!
tambem esta', este poema em sonhos e magias. fica la muito bem
parabens pela quantidade de leituras atingidas no CANTINHO DA POESIA. fico feliz porque acho que merece.
Enviar um comentário