domingo, 17 de janeiro de 2010

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A minha azeitona preta

Azeitona madurinha

Nos ramos fazendo enfeite

Vais deixar de ser pretinha

No lagar feita em azeite.

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Mas na rama a baloiçar

Não te tornes descuidada

Porque podes ir findar

No bico da passarada.

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Resistes ao Inverno frio

E ao rigor dos temporais,

Não queiras perder o pio,

Escorraça esses pardais.

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Dentro em breve o lavrador

Te prenderá em seus braços

E vais seguir com fervor

O caminho dos seus passos.

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No lagar vais ser moída

Com a arte portuguesa,

Transformada em bebida

Para o bem da nossa mesa.

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Vais sofrer outra faceta

Nesta tua caminhada

Deixarás de ser preta

Para vires a ser dourada.

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Num trabalho complexo

Feito em ti com deleite

Mudas de nome e de sexo

E passarás a ser azeite.

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Rama Lyon

3 comentários:

Fernanda Rocha Mesquita disse...

Lindo! Gostei muito. A azeitona em Portugal que vai rareando. Ja foi tempo em que eram muitas as oliveiras. Arvores lindas e boas reprodutoras. Gosto muito de azeitonas e o azeite e' a gordura que prefiro usar. Bom domingo. Obrigado por nos presentear com este poema educativo.Quantas criancas ja' nao saberao sequer o que e' uma oliveira!

Fernanda Rocha Mesquita disse...

tambem esta', este poema em sonhos e magias. fica la muito bem

Fernanda Rocha Mesquita disse...

parabens pela quantidade de leituras atingidas no CANTINHO DA POESIA. fico feliz porque acho que merece.